Meu Perfil

Minha foto
DABY SANTOS
Araioses, Maranhão, Brazil
Pesquise
Ver meu perfil completo

Seguidores

Mural de Recados

Visitantes Online

Visitantes

terça-feira, 28 de junho de 2011
Mary Zaidan
Então está tudo certo. Não passou de mais um mal entendido da série de incompreensões que insiste em perturbar os primeiros meses do governo Dilma Rousseff. A presidente, que antes não queria, depois queria, e agora não quer de novo, enterrou de vez essa história de sigilo eterno para documentos ultrassecretos.
Livrou-se da indução hipnótica dos ex-presidentes José Sarney e Collor de Mello, que queriam porque queriam trancafiar segredos para todo o sempre.
Quem estalou os dedos e quebrou o encanto foi o Itamaraty. Assegurou que o Paraguai não reivindicará territórios de volta, que não há conflitos passados que perturbem o Acre nem qualquer outra fronteira geográfica ou de amizade entre os países com os quais o Brasil se relaciona ou se relacionou desde o descobrimento.
Só resta saber por quais sigilos Sarney e Collor tanto se bateram. Queriam esconder o que?
Como vão guardar em segredo absoluto suas motivações, permite-se liberdade plena para qualquer tipo de conclusão. E, a julgar pela folha corrida de ambos, nada indica ser boa coisa.
Não vamos descobrir nunca. Talvez as próximas gerações até consigam, caso o Senado não modifique a proposta da Câmara de abrir os documentos ao público em, no máximo, 50 anos.
Mas a realidade não se pode esconder.
Donos e herdeiros de clãs que dominam seus estados e dão cartas em outros tantos, Sarney e Collor fizeram glória e fortuna exatamente nos maiores paraísos de miséria do país.
Em todos os indicadores sociais, o Maranhão de José Sarney só ganha das Alagoas de Collor de Mello. Os dois estados têm os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) – Maranhão, 0,683, e Alagoas, 0,677 – ; lideram os rankings de analfabetismo e de mortalidade infantil – Alagoas com 66 mortes por mil de crianças até um ano de vida e o Maranhão com 39 em mil -, e o de menor expectativa de vida. Somam-se aí taxas pornográficas de saneamento: o Maranhão tem apenas 1,4% de esgoto tratado, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico.
Ao querer manter debaixo do tapete atos de quando ocupavam o Palácio do Planalto – único motivo plausível para tanto empenho no sigilo eterno de documentos – Sarney e Collor, que, como se vê, não têm qualquer apreço pela população de seus estados, condenando-as à pobreza eterna, perpetuam-se como símbolos do que há de mais nocivo ao país.
E isso não é segredo.

0 comentários: