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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Blog do John Cutrim

A taxa de analfabetismo em municípios de até 50 mil habitantes na região Nordeste do Brasil é mais de três vezes superior que a média nacional.

O dado consta dos Resultados Definitivos do Universo e dos indicadores sociais municipais, divulgados nesta quarta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na forma de estudos que complementam o Censo 2010, divulgado em abril deste ano.

A divulgação foi feita na sede do instituto, no centro do Rio, e considerou todos os 5.565 municípios brasileiros.

Conforme o levantamento, em todo o país a taxa de analfabetismo da população com idade igual ou superior a 15 anos caiu de 13,63% em 2000 para 9,6% em 2010. Ainda assim, o índice atinge os 28% nos municípios do Nordeste e é maior entre pretos (14,4%) e pardos (13%). Esse contingente representava, em 2010, quase o triplo dos analfabetos entre a população branca, com taxas de 5,9%.

A situação apontada pelo Censo é considerada preocupante no Nordeste também entre os jovens: pouco mais de 502 mil deles, na faixa dos 15 aos 24 anos, declararam não saber ler e escrever. Na região do semiárido, a taxa de analfabetismo também foi bem mais elevada do que a média nacional, ainda que, desde 2000, tenha caído de 32,6% para 24,3% em 2010.

Entre os analfabetos do semiárido, segundo o Censo, a maioria (65%) são pessoas com mais de 60 anos.

Metade da população tem rendimento per capita de até R$ 375

Apesar da tendência de redução observada nos últimos anos, a desigualdade de renda ainda é bastante acentuada no Brasil conforme mostram os resultados do Censo Demográfico 2010. Embora a média nacional de rendimento domiciliar per capita fosse de R$ 668 no ano passado, 25% dos brasileiros recebiam até R$ 188 e metade recebia até R$ 375, valor menor que o salário mínimo daquele ano, que era de R$ 510.

As diferenças entre áreas urbanas e as rurais são visíveis. Ao observar os números do levantamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), observa-se que metade da população urbana recebia até R$ 415 em média, enquanto que esse valor recuava nas áreas rurais: R$ 170.

O Instituto explica que, como os números ainda são preliminares, considera-se apenas pessoas e domicílios de rendimento positivo, excluindo aqueles com renda zero ou sem declaração.

Nas cidades com até 50 mil habitantes, predominou o valor de até um salário mínimo para 75% da população. Por outro lado, naquelas com mais de 500 mil habitantes, metade da população recebia até R$ 503. A média da renda domiciliar per capita nesses municípios mais populosos era de R$ 991, mais de duas vezes superior ao observado nas cidades com até 50 mil habitantes.

No caso das capitais, mantém-se a tendência histórica de melhores níveis de rendimento domiciliar per capita nos estados das regiões Sul e Sudeste. O maior valor, de R$ 1.573, foi registrado em Florianópolis (SC), onde metade da população recebe até R$ 900, seguida por Vitória (ES), cujos valores eram de R$ 1.499 e R$ 755, respectivamente.

Para se ter uma ideia da desigualdade, os rendimentos domiciliares per capita médios de Macapá (AP), Teresina (PI), Manaus (AM), Rio Branco (AC), São Luis (MA), Maceió (AL), Boa Vista (RR) e Belém (PA) representavam 40% da renda observada na capital catarinense. Em Macapá, a pior situação das capitais, o rendimento era de R$ 631, com 50% da população recebendo até R$ 316.

Baixa Renda

O Maranhão tem proporcionalmente a maior quantidade de domicílios com moradores de baixa renda no Brasil. Entre as casas pesquisadas, 26,51% têm moradores com renda mensal individual de até R$ 127,50, o menor nível de rendimento considerado pelo IBGE.

Esse índice é quase o triplo da média nacional. No Brasil, 9,16% dos domicílios têm habitantes com essa faixa de renda. Os dados são do Censo 2010 e foram divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Na outra ponta, de maior renda, o Maranhão também tem o pior desempenho. Apenas 1,47% dos lares apresentam moradores com renda mensal per capita acima de R$ 2.550 (a maior faixa considerada pelo IBGE na pesquisa). A média nacional dessa fatia é de 5,13%.

Piauí e Alagoas são o segundo e o terceiro Estados com pior colocação no ranking. No Piauí, 24,80% das casas têm habitantes com renda individual de até R$ 127,50. Em Alagoas, são 22,57%.

O Estado com menos proporção de baixa renda é Santa Catarina. Só 2,12% de suas casas abrigam habitantes com renda mensal de até R$ 127,50. Com relação ao topo da renda, Santa Catarina está ligeiramente acima da média nacional, com 5,50% dos imóveis com moradores ganhando mais de R$ 2.550 per capita.

A unidade da Federação que tem proporcionalmente mais moradores de renda alta é o Distrito Federal, onde 18,96% das residências têm moradores com ganhos mensais individuais além de R$ 2.550. Isso representa quase quatro vezes o índice médio nacional.

Rio de Janeiro supera São Paulo e é o segundo Estado com maior proporção de renda alta. É de 8,14% o índice de casas no Rio com moradores que ganham acima de R$ 2.550 por mês. São Paulo vem a seguir com 7,37%. (Com iformações do portal UOL)

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