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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Fiz uma visita ontem a um amigo, ao Neto Carvalho (foto), prefeito de Magalhães – que exerce com muito brilho – o terceiro mandato como chefe do executivo daquele município. Minha vista teve dois objetivos: por os assuntos em dia, pois é sempre muito boa uma conversa com jovem líder político daquela região e falar sobre a carência que nosso baixo Parnaíba tem de um representante de verdade.
Já era para ter feito essa visita antes, porém, os assuntos de Araioses têm me ocupado muito e pouco tempo tenho tido para viagens, mesmo as de pequeno porte. Uma viaje que fiz recentemente a Água Doce e o conhecimento que tenho das péssimas condições de nossas vias de comunicação terrestre foram decisivas na decisão de minha visita e conversa com Neto carvalho.
Não é novidade para ninguém, que conhece a região, que nossa malha viária está em péssimas condições de tráfego. Não há estradas sequer razoáveis ligando Araioses a Tutóia, passando por Água Doce. Até a que tem um percurso mais longo - via asfalta passando por cana Brava – até os trechos recentemente recuperados já apresentam muitos buracos e os 25 km ligando o Velho Enjeitado a Placa onde passa a BR estão intrafegáveis.
Com cidades importantes como as citadas e ainda Magalhães de Almeida, São Bernardo, Santa Quitéria, entre outras, ficam isoladas pelas dificuldades de se andar nessas estradas fazendo a região perder tempo na luta por mais desenvolvimento. A situação é mais crítica nos municípios do litoral, haja vista que Magalhães, por exemplo, que fica lá em um canto do estado tem acesso bom e a cidade é das mais desenvolvidas.
Os prefeitos alegam falta de recursos municipais para fazer estradas e há situações que nem as existentes têm manutenção por parte dos governantes. Cremos até que nem todos os prefeitos exageram quando falam em falta de recursos. Afinal, a forma como muitos costumam administrar seus municípios é muito onerosa e é muito provável que dinheiro não sobre para essas obras.
Diante desse fato real e concreto, que tanto prejudica a geração de riquezas para o Baixo o importante seria a região ter um representante no legislativo estadual, com coragem e determinação para brigar por recursos junto ao governo do estado, para viabilizar essa tão necessária comunicação terrestre.
Esse objetivo, esse sonho, esse projeto político por pouco não foi alcançado nas eleições de 2006 quando Neto Carvalho disputou um mandato de deputado estadual, com o propósito de, se eleito lutar pela região. Faltou pouco para tal objetivo e alguns fatos contribuíram para o adiamento desse projeto.
A maioria dos prefeitos e um significativo grupo de lideranças políticas preferiram cuidar de defender interesses políticos pessoais em detrimento da causa maior. Entre todos, o mais importante a destacar o foi o que ficou conhecido como o maior estelionato eleitoral da campanha política daquele ano, com conseqüências mais graves junto ao eleitorado de Araioses.
No caso em questão, o então deputado Remi Trinta tentava trocar o mandato de deputado federal para estadual. Até aí nada demais se não fosse sua condição ilegal para tal propósito. Num desrespeito ao eleitorado maranhense e em especial ao dos municípios do Baixo Parnaíba onde tinha militância política, manteve até o fim uma candidatura que perante a lei não existia.
Essa atitude deplorável do ex-deputado de enganar milhares de eleitores inviabilizou o sonho de se eleger um deputado estadual da região. O resultado dessa atitude egoísta tem sido muito danoso para os municípios do Baixo Parnaíba. Como de outras vezes acabou elegendo parlamentares sem comprometimentos com as causas do lugar.
Consciente dessa realidade foi visitar Neto em Magalhães para falar com ele sobre a falta de representação política desses municípios. Isso porque sei que esse sonho ainda está vivo na mente dele. Mas sei mais ainda que ele não vai largar a prefeitura que administra muito bem e com muita tranqüilidade, para entrar numa disputa onde o jogo é muito pesado e não raras as vezes desleal. Antes de tomar decisão tão importante ele precisa avaliar bem o quadro para saber quem de verdade tem interesse em acabar com essa indigência política, que longo dos anos atua como parasita freando qualquer tentativa de progresso.
Matei a saudade da conversa boa com Neto Carvalho, mas não sair com a certeza de que ele vai participar mais uma vez da luta, mas me sinto na obrigação de dizer que ao sair de lá continuo com a firme esperança, de que não vai demorar mais tanto tempo para o nosso pobre rico baixo Parnaíba deixar de ser terra de ninguém.

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