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segunda-feira, 25 de julho de 2011
Blog do Ed Wilson

A expressão "faxina" ganhou as páginas dos grandes jornais impressos e na televisão para designar a série de demissões efetuadas pela presidente Dilma Roussef (PT) no DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes).

Começando pela cabeça - o ministro dos Transportes Alfredo Nascimento - a presidente estendeu a vassourada a todos os filiados ao Partido da República (PR) encravados no órgão.

Dilma chegou a cortar na própria carne, extirpando da rede corrupta um integrante do PT. As atitudes da presidente, se por um lado revelam austeridade, por outro expõem a teia da corrupção montada no governo do seu antecessor Lula.

Lula era criticado por acomodar interesses de entes corruptos no seu mandato. A postura dilmista parece avançar no combate às irregularidades no governo.

Se Dilma quer dar exemplo, deveria estender a faxina ao PMDB. Já vieram à tona, por exemplo, denúncias de corrupção envolvendo o Ministério dos Turismo, chefiado pelo deputado federal maranhense Pedro Novais, indicado pelo presidente do Senado José Sarney (PMDB).

A pasta do Turismo teria fechado um contrato de R$ 52,2 milhões com Instituto Brasileiro de Hospedagem (IBH), uma organização não-governamental dirigida pelo empresário César Gonçalves.

Gonçalves foi degolado da estatal Brasiliatur, após várias denúncias de desvio de verbas durante a administração do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, o chefe do esquema das propinas no famoso mensalão do DEM. Arruda foi forçado a renunciar seu próprio mandato.

Dilma deveria ordenar uma investigação profunda sobre as denúncias e tomar as providências necessárias, caso seja constatado um caso concreto de corrupção no Ministério do Turismo.

Porém, a cúpula do PMDB já avisou o Palácio do Planalto: não vai aceitar o mesmo tratamento dispensado ao PR. Ou seja, os peemedebistas têm costas largas e a conversa com eles é outra. Nada de investigações e demissões.

Novais é uma indicação do presidente do Senado, José Sarney (PMDB), amigo de Lula e de muitos petistas influentes. Resta ver agora até onde vai a coragem de Dilma. Ela vai limpar tudo ou jogará uma parte da sujeira para debaixo do tapete?

O PMDB é tido como indispensável à governabilidade, desde os tempos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), nos dois mandatos tucanos.

A reeleição de Dilma, em 2014, vai passar necessariamente pela manutenção da aliança PT-PMDB, sob pena de colocar em risco o projeto petista de poder.

Dilma, a faxineira, pode tomar duas medidas: varre tudo e põe detergente para fazer a assepsia na casa ou joga metade da sujeira para baixo do sofá. Ningúem vai ver. No final da limpeza, borrifa um bom ar e fica tudo cheiroso e bacana.

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