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domingo, 24 de julho de 2011

Da coluna Abaporu (Ecos das Lutas)

Quem não lembra da febre de compra de radinhos de pilha para acompanhar os depoimentos da CPI do Crime Organizado, em andamento na Assembleia Legislativa, nos fins da década de 1990?
Pois foi tão somente por conta dessa inesperada repercussão na opinião pública local e nacional, a partir da ação da CPI do Narcotráfico instalada no Congresso Nacional, que a pistolagem no Maranhão ganhou as telas das emissoras de TV, páginas dos principais jornais e cobertura ao vivo das rádios.
O assassinato do delegado Stênio Mendonça, do bando Bel, a figura do Luis Meres, a dramática busca de justiça de Marília Mendonça, as ligações entre Joaquim Lauristo, os deputados José Gerardo e Francisco Caíca e o crime organizado entranhado nos poderes maranhense se cristalizaram no casal Luis Moura e Ilce Gabina.
Obstinada em viabilizar sua candidatura presidencial para as eleições de 2002, Roseana Sarney decidiu cortar na própria carne da oligarquia: entregou as cabeças da facção oligárquica que fazia o serviço sujo da operação Tigre, mexia com narcotráfico e pistolagem a céu aberto, pois sabia que tinha a proteção dos de cima.
Pois bem, como está centrada em fazer o “melhor governo de sua vida”, Roseana Sarney não poderia fazê-lo sem devolver Luis Moura à (in)segurança pública do Estado. A sua reincorporação ao trabalho (ele não cumpriu em Pedrinhas os 19 anos de prisão a que foi condenado por alegar reconhecida debilidade de saúde…) coroa a impunidade como regra nas terras maranhenses. Estamos de volta aos tempos da pistolagem dos anos 1950 de Vitorino Freire, onde a justiça se fazia a partir da pistola pendurada no cinto da calça.
Por que a Procuradoria Geral do Estado, do “destemido” e atuante Marcos Lobo no processo de cassação de Jackson Lago, silenciou ante esse escândalo da (in)justiça no Maranhão?
À Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, ao Conselho Estadual de Direitos Humanos, à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, ainda cabe levar essa questão a debate nas instâncias do Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho Nacional de Justiça.
É pelo que clama a cidadania maranhense.

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